Friday, July 20, 2007

«"Opinião pública"-"opinião publicada" na Imprensa»

A noção de "opinião pública" e a sua veiculação nos “média”, nomeadamente na Imprensa, é um produto directo da revolução industrial.

Criou-se a noção de “Liberdade de Expressão” e “Liberdade de Imprensa”. Das mais variadas camadas da sociedade, surgem grupos opinativos assim como figuras individuais, cujas opiniões veiculas são capazes de direccionar sociedades (“opinion makers”)!

Formal vs. Real

Burguesa vs. Socialista

Segundo a teoria da acção comunicativa de Jurgen Habermas, o capitalismo é bom porque produz riqueza, contudo, gera crises económicas. Através da “esfera pública” tenta solucionar essas crises.

Para que haja uma decisão colectiva é preciso um maior envolvimento participativo e uma renovação dessa esfera pública.

Para este sociólogo, a sociedade da cultura de massas perdeu a diversidade devido aos produtos estandardizados e pouco exigentes, dando aos indivíduos um pensamento dependente e acrítico. Dá-se o desaparecimento da arte já dominada pela comercialização.

Espaço público pressupõe então a possibilidade de exposição pública, em que os temas são do interesse do público e com público interesse a serem debatidos.

Diz-se que o espaço público é a forma mais “democrática” de se fazer “democracia”, pois através dele, todos podem participar de forma activa na construção da opinião que parte e chega a todos. Esta noção pode ser confortante para uns, inquietante para outros, na maioria das vezes, acaba por ser ilusória e impraticada!

Razão vs. Emoção

“O espaço público é o campo de mediação de interesses, de forças sociais contraditórias, mediador na gestão simbólica das relações sociais.”

A “Liberdade intelectual” dá a ideia de uma certa publicidade, já que parece permitir a dissolução do segredo de justiça e do que é interdito.

Foi valorizado, de ambos os lados, o que era “público”.

discrepância entre a "opinião pública" e a "opinião publicada" dada a heterogeneidade de correntes opinativas, e os diferentes tipos de opinião, sendo que nada é estável.

Assiste-se a um ciclo mediático de opinião pública, em que o publico diz nos “média” o que pensa, sendo que, o que pensa é-lhe dado pelos “média”. Gera-se assim uma corrente de opinião sem início nem fim, em que se cria a ilusão de posse de opinião e da livre criação e mediação da mesma.

As mentalidades vão-se moldando à imagem dos tempos, sem que nos apercebamos estamos a inverter valores, a deturpar opiniões, a influenciar massificadamente.

Cada um pensa ser cada vez mais autónomo e estar a fugir da massa, quando está irredutivelmente mais absorvido e manipulado.

Os “novos média” são uma forma perigosa de dar ao “todo” a possibilidade de aceder a informações anteriormente só possíveis a profissionais, assim como o tratamento dessa mesma informação, e a divulgação final dos mesmos.

Começa a criar-se a ideia de que todos podem produzir conteúdos informativos e que passaram a fazer parte dessa parcela da sociedade que “controla” a organização do Estado.

Mas este é um tema para futuros trabalhos, com as novas temáticas das aulas.

“Em plena demagogia é que se cria o sentido de autoridade.” Dina Cristo (docente)

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